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Portuguese to Spanish: Onze Minutos - Paulo Coelho General field: Art/Literary Detailed field: Poetry & Literature
Source text - Portuguese Era uma vez uma prostituta chamada Maria.
Um momento. "Era uma vez" é a melhor maneira de começar uma história para crianças, enquanto "prostituta" é assunto para adultos. Como posso escrever um livro com esta aparente contradição inicial? Mas, enfim, como a cada instante de nossas vidas temos um pé no conto de fadas e o outro no abismo, vamos manter este início:
Era uma vez uma prostituta chamada Maria.
Como todas as prostitutas, tinha nascido virgem e inocente, e durante a adolescência sonhara em encontrar o homem de sua vida (rico, bonito, inteligente), casar (vestida de noiva), ter dois filhos (que seriam famosos quando crescessem), viver em uma linda casa (com vista para o mar). Seu pai trabalhava como vendedor ambulante, sua mãe era costureira, sua cidade no interior do Brasil tinha apenas um cinema, uma boate, uma agência bancária, e por causa disso Maria não deixava de esperar o dia em que seu príncipe encantado chegaria sem aviso, arrebataria seu coração, e partiria com ela para conquistar o mundo.
Enquanto o príncipe encantado não aparecia, só lhe restava sonhar. Apaixonou-se pela primeira vez aos onze anos, enquanto ia a pé de sua casa até a escola primária local. No primeiro dia de aula, descobriu que não estava sozinha em seu trajeto: junto com ela caminhava um garoto que vivia na vizinhança e freqüentava aulas no mesmo horário. Os dois nunca trocaram uma só palavra, mas Maria começou a notar que a parte do dia que mais lhe agradava eram aqueles momentos na estrada cheia de poeira, sede, cansaço, o sol a pino, o menino andando rápido, enquanto ela se exauria no esforço para acompanhar- lhe os passos.
A cena se repetiu por vários meses. Maria, que detestava estudar e não tinha outra distração na vida exceto a televisão, passou a torcer para que o dia passasse rápido, aguardando com ansiedade cada ida à escola e, ao contrário de algumas meninas de sua idade, achando aborrecidíssimos os finais de semana. Como as horas demoram muito mais a passar para uma criança que para um adulto, ela sofria muito, achava os dias longos demais porque lhe davam apenas dez minutos com o amor de sua vida, e milhares de horas para ficar pensando nele, imaginando como seria bom se pudessem conversar.
Então aconteceu.
Certa manhã, o garoto veio até ela, pedindo um lápis emprestado. Maria não respondeu, demonstrou um certo ar de irritação por aquela abordagem ine sperada e apressou o passo. Tinha ficado petrificada de medo ao vê-lo andando em sua direção, tinha pavor de que soubesse o quanto o amava, o quanto esperava por ele, como sonhava em pegar sua mão, passar diante do portão da escola e seguir a estrada até o final, onde - diziam se encontrava uma grande cidade, personagens de novela, artistas, carros, muitos cinemas e um sem-fim de coisas boas.
Durante o resto do dia não conseguiu concentrar-se na aula, sofrendo com seu
comportamento absurdo, mas ao mesmo tempo sentia-se aliviada, porque sabia que o menino também a havia notado, e o lápis não passava de um pretexto para iniciar uma conversa, pois quando se aproximou ela percebera uma caneta em seu bolso. Ficou aguardando a próxima vez, e durante aquela noite - e as noites que se seguiram - ela passou a imaginar as muitas respostas que lhe daria, até encontrar a maneira certa de começar uma história que não terminasse jamais.
Mas não houve uma próxima vez; embora continuassem a ir juntos para a escola, com Maria às vezes alguns passos à frente segurando um lápis na mão direita, outras vezes andando atrás para poder contemplá- lo com ternura, ele nunca mais lhe dirigiu palavra, e ela teve que contentar-se em amar e sofrer silenciosamente até o final do ano letivo.
Durante as intermináveis férias que se seguiram, acordou certa manhã com as pernas banhadas em sangue, pensou que iria morrer; decidiu deixar uma carta para o menino dizendo que ele havia sido o grande amor da sua vida, e planejou embrenhar-se no sertão para ser devorada por um daqueles animais selvagens que aterrorizavam os camponeses da região: o lobisomem ou a mula-sem-cabeça. Só assim os seus pais não sofreriam com sua morte, pois os pobres têm sempre a esperança apesar das tragédias que sempre lhes acontecem. Assim, eles viveriam pensando que ela fora raptada por uma família rica e sem filhos, mas que talvez voltasse um dia, no futuro, cheia de glória e dinheiro - enquanto o atual (e eterno) amor de sua vida se lembraria dela para sempre, sofrendo a cada manhã por não ter voltado a lhe dirigir a palavra.
Não chegou a escrever a carta, porque sua mãe entrou no quarto, viu os lençóis vermelhos, sorriu e disse:
- Agora você é uma moça, minha filha.
Quis saber que relação havia entre o fato de ser moça e o sangue que corria, mas sua mãe não soube explicar direito, apenas afirmou que era normal e que de agora em diante teria que usar uma espécie de travesseiro de boneca entre as pernas, durante quatro ou cinco dias por mês. Perguntou se os homens usavam algum tubo para evitar que o sangue escorresse pelas calças, e soube que isso só acontecia com as mulheres.
Translation - Spanish Érase una vez una prostituta llamada María. Un momento. “Érase una vez” es la mejor manera de empezar un cuento para niños, mientras "prostituta" es tema para adultos. ¿Cómo puedo escribir un libro con esta aparente contradicción inicial? Pero, en fin, como a cada instante de nuestras vidas estamos con un pie en el cuento de hadas y el otro en abismo, conservemos este inicio:
Érase una vez una prostituta llamada María.
Como todas las prostitutas, había nacido virgen e inocente, y durante la adolescencia soñara con encontrar el hombre de su vida (rico, bello, inteligente), casarse (vestida de novia), tener dos hijos (que serían famosos cuando fuesen adultos), vivir em una hermosa casa (con vistas al mar). Su padre trabajaba como vendedor ambulante, su mamá era costurera, su ciudad, en el interior de Brasil, poseía apenas un cine, una discoteca, una agencia bancaria y por ello, María no dejaba de esperar el día en que su príncipe azul llegaría sin aviso, tomaría su corazón y partiría con ella para conquistar el mundo.
Mientras el príncipe azul no aparecía solo le quedaba soñar. Se enamoró por primera vez a los once años, cuando caminaba desde su casa hacia la escuela primaria local. En el primer día de clase, descubrió que no estaba sola en su recorrido: junto a ella caminaba un muchacho que vivía en el vecindario y frecuentaba clases en el mismo horario. Los dos nunca intercambiaron palabra, pero María empezó a darse cuenta de que la parte del día que más daba gusto eran aquellos momentos en el camino lleno de polvo, sed, cansancio, sol fuerte, con el chico caminando rápido, mientras ella se agotaba en el esfuerzo para seguirle los pasos. La escena se repitió por varios meses. María, que odiaba estudiar y no tenía otra distracción en la vida, excepto la televisión, empezó a desear que el día pasara rápido, esperando con ansiedad cada ida a la escuela y, al contrario de algunas chicas de su edad, encontraba aburridísimos los fines de semana. Como las horas tardaban mucho más em pasar para un niño que para un adulto, ella sufría mucho, creía que los días eran largos demás porque le daban solo diez minutos con el amor de su vida, y miles de horas para estar pensando en él, imaginando como sería lindo si pudiesen hablar.
Entonces sucedió.
En una mañana, el chico vino a ella y le pidió prestado un lápiz. María no contestó, demostró un cierto aire de enojo por el abordaje inesperado y anduvo más rápido. Quedó petrificada de miedo al verlo caminando hacia ella, tenía terror de que supiese cuanto lo amaba, cuanto lo esperaba, como soñaba con tomarle la mano, pasar frente al portón de la escuela y seguir la ruta hasta el final, donde – decían había una gran ciudad, personajes de telenovelas, artistas, autos, muchos cines y un sinfín de cosas buenas.
Durante el restante del día no ha podido concentrarse en la clase, sufriendo con su comportamiento absurdo, pero a la vez se sentía aliviada, porque sabía que el chico también la había observado, y el lápiz no era más que un pretexto para iniciar una conversación, pues cuando se acercó, ella se dio cuenta de que había un bolígrafo en su bolsillo. Se puso a esperar por una próxima vez, y durante aquella noche – y las noches que vendrían – ella empezó a imaginar las muchas respuestas que le daría, hasta encontrar la manera correcta de empezar una historia que terminase jamás.
Pero no hubo una próxima vez; aunque siguieron yendo juntos a la escuela, con María algunas veces algunos pasos a frente, manteniendo un lápiz en la mano derecha, otras veces caminando atrás para poder contemplarlo con ternura, él nunca más le habló, y ella tuvo que conformarse con amarlo y sufrir silenciosamente hasta el final del año lectivo.
Durante las interminables vacaciones que llegaron, se despertó cierta mañana con las piernas bañadas en sangre, pensó que moriría; decidió dejar una carta para el chico donde decía que él había sido el gran amor de su vida, y planeó meterse em el sertão 1 para que se la devorasen uno de aquellos animales salvajes que aterrorizaban los campesinos de la región: el lobisomem2 o la mula-sem-cabeça3. Solo de esta manera sus padres no sufrirían con su muerte, pues los pobres siempre mantienen la esperanza, pese las tragedias, que siempre les suceden. Así ellos vivirían pensando que ella fue raptada por una familia rica sin hijos, pero que quizás volviera algún día, en el futuro, llena de gloria y dinero mientras el actual (y eterno) amor de su vida la recordaría por siempre, sufriendo a cada mañana por no haber vuelto a hablarle. No llegó a escribir la carta porque su madre entró en la habitación y vio las sabanas rojas, sonrió y dijo:
- Ahora eres una muchacha, mi hija.
Quiso saber qué relación había entre el hecho de ser una mujer y la sangre que corría, pero su madre no la supo explicar muy bien, solo afirmo que era normal y que a partir de este momento tendría que usar una especie de almohada de muñeca entre las piernas, durante cuatro o cinco días por mes. Preguntó si los hombres usaban algún tubo para evitar que la sangre corriese por sus los pantalones, y se enteró que eso solo le pasaba a las mujeres.
Spanish to Portuguese: La Muñeca Reina General field: Art/Literary Detailed field: Poetry & Literature
Source text - Spanish La muñeca reina
Carlos Fuentes
I
Vine porque aquella tarjeta, tan curiosa, me hizo recordar su existencia. La encontré
en un libro olvidado cuyas páginas habían reproducido un espectro de la caligrafía
infantil. Estaba acomodando, después de mucho tiempo de no hacerlo, mis libros. Iba
de sorpresa en sorpresa, pues algunos, colocados en las estanterías más altas, no fueron
leídos durante mucho tiempo. Tanto, que el filo de las hojas se había granulado, de
manera que sobre mis palmas abiertas cayó una mezcla de polvo de oro y escama
grisácea, evocadora del barniz que cubre ciertos cuerpos entrevistos primero en los
sueños y después en la decepcionante realidad de la primera función de ballet a la que
somos conducidos. Era un libro de mi infancia acaso
de la de muchos niñosy
relataba
una serie de historias ejemplares más o menos truculentas que poseían la virtud de
arrojarnos sobre las rodillas de nuestros mayores para preguntarles, una y otra vez, ¿por
qué? Los hijos que son desagradecidos con sus padres, las mozas que son raptadas por
caballerangos y regresan avergonzadas a la casa, así como las que de buen grado
abandonan el hogar, los viejos que a cambio de una hipoteca vencida exigen la mano de
la muchacha más dulce y adolorida de la familia amenazada, ¿por qué? No recuerdo las
respuestas. Sólo sé que de entre las páginas manchadas cayó, revoloteando, una tarjeta
blanca con la letra atroz de Amilamia: A milamia no olbida a su amigito y me buscas
aquí como te lo divujo .
Y detrás estaba ese plano de un sendero que partía de la X que debía indicar, sin
duda, la banca del parque donde yo, adolescente rebelde a la educación prescrita y
tediosa, me olvidaba de los horarios de clase y pasaba varias horas leyendo libros que,
si no fueron escritos por mí, me lo parecían: ¿cómo iba a dudar que sólo de mi
imaginación podían surgir todos esos corsarios, todos esos correos del zar, todos esos
muchachos, un poco más jóvenes que yo, que bogaban el día entero sobre una barcaza a
lo largo de los grandes ríos americanos? Prendido al brazo de la banca como a un arzón
milagroso, al principio no escuché los pasos ligeros que, después de correr sobre la
grava del jardín, se detenían a mis espaldas. Era Amilamia y no supe cuánto tiempo me
habría acompañado en silencio si su espíritu travieso, cierta tarde, no hubiese optado
1
por hacerme cosquillas en la oreja con los vilanos de un amargón que la niña soplaba
hacia mí con los labios hinchados y el ceño fruncido.
Preguntó mi nombre y después de considerarlo con el rostro muy serio, me dijo el
suyo con una sonrisa, si no cándida, tampoco demasiado ensayada. Pronto me di cuenta
que Amilamia había encontrado, por así decirlo, un punto intermedio de expresión entre
la ingenuidad de sus años y las formas de mímica adulta que los niños bien educados
deben conocer, sobre todo para los momentos solemnes de la presentación y la
despedida. La gravedad de Amilamia, más bien, era un don de su naturaleza, al grado
de que sus momentos de espontaneidad, en contraste, parecían aprendidos. Quiero
recordarla, una tarde y otra, en una sucesión de imágenes fijas que acaban por sumar a
Amilamia entera. Y no deja de sorprenderme que no pueda pensar en ella como
realmente fue, o como en verdad se movía, ligera, interrogante, mirando de un lado a
otro sin cesar. Debo recordarla detenida para siempre, como en un álbum. Amilamia a
lo lejos, un punto en el lugar donde la loma caía, desde un lago de tréboles, hacia el
prado llano donde yo leía sentado sobre la banca: un punto de sombra y sol fluyentes y
una mano que me saludaba desde allá arriba. Amilamia detenida en su carrera loma
abajo, con la falda blanca esponjada y los calzones de florecillas apretados con ligas
alrededor de los muslos, con la boca abierta y los ojos entrecerrados porque la carrera
agitaba el aire y la niña lloraba de gusto. Amilamia sentada bajo los eucaliptos,
fingiendo un llanto para que yo me acercara a ella. Amilamia boca abajo con una flor
entre las manos: los pétalos de un amento que, descubrí más tarde, no crecía en este
jardín, sino en otra parte, quizás en el jardín de la casa de Amilamia, pues la única bolsa
de su delantal de cuadros azules venía a menudo llena de esas flores blancas. Amilamia
viéndome leer, detenida con ambas manos a los barrotes de la banca verde, inquiriendo
con los ojos grises: recuerdo que nunca me preguntó qué cosa leía, como si pudiese
adivinar en mis ojos las imágenes nacidas de las páginas. Amilamia riendo con placer
cuando yo la levantaba del talle y la hacía girar sobre mi cabeza y ella parecía descubrir
otra perspectiva del mundo en ese vuelo lento. Amilamia dándome la espalda y
despidiéndose con el brazo en alto y los dedos alborotados. Y Amilamia en las mil
posturas que adoptaba alrededor de mi banca: colgada de cabeza, con las piernas al aire
y los calzones abombados; sentada sobre la grava, con las piernas cruzadas y la barbilla
apoyada en el mentón; recostada sobre el pasto, exhibiendo el ombligo al sol; tejiendo
2
ramas de los árboles, dibujando animales en el lodo con una vara, lamiendo los barrotes
de la banca, escondida bajo el asiento, quebrando sin hablar las cortezas sueltas de los
troncos añosos, mirando fijamente el horizonte más allá de la colina, canturreando con
los ojos cerrados, imitando las voces de pájaros, perros, gatos, gallinas, caballos. Todo
para mí, y sin embargo, nada. Era su manera de estar conmigo, todo esto que recuerdo,
pero también su manera de estar a solas en el parque. Sí; quizás la recuerdo
fragmentariamente porque mi lectura alternaba con la contemplación de la niña
mofletuda, de cabello liso y cambiante con los reflejos de la luz: ora pajizo, ora de un
castaño quemado. Y sólo hoy pienso que Amilamia, en ese momento, establecía el otro
punto de apoyo para mi vida, el que creaba la tensión entre mi propia infancia irresuelta
y el mundo abierto, la tierra prometida que empezaba a ser mía en la lectura.
Translation - Portuguese A boneca rainha
Carlos Fuentes
I
Vim porque aquele cartão, tão curioso me fez recordar sua existência. Encontrei-o em um livro esquecido cujas páginas haviam reproduzido um espectro da caligrafia infantil. Estava acomodando os meus livros, depois de muito tempo sem fazê-lo. Ia de surpresa em surpresa, pois alguns, colocados nas estantes mais altas, não foram lidos durante muito tempo. Tanto que o fio das folhas tinha se granulado, de maneira que sobre minhas palmas abertas caiu uma mistura de pó de ouro e escama cinza, evocadora do verniz que cobre certos corpos entrevistos, primeiro nos sonhos e depois na decepcionante realidade da primeira função de balé à qual somos conduzidos. Era um livro da minha infância – caso da de muitas crianças – e relatava uma série de histórias exemplares mais ou menos truculentas que possuíam a virtude de atirar-nos sobre os joelhos dos nossos adultos para perguntar-lhes uma e outra vez. Por quê? Os filhos que são mal-agradecidos com seus pais, as moças que são raptadas por cavalheiros e retornam a casa envergonhadas, assim como as que de bom grado abandonam o lar, os velhos que em troca de uma hipoteca vencida exigem a mão da garota mais doce e angustiada da família ameaçada. Por quê? Não me lembro das respostas. Só sei que entre as páginas manchadas caiu, esvoaçando, um cartão branco com a letra atroz de Amilamia: Amilamia não esqece o seu amiginho e me procure aqui como eu dezenho.
E atrás estava esse mapa de um caminho que partia do X que devia indicar, sem dúvida, o banco do parque onde eu, adolescente rebelde à educação prescrita e tediosa, esquecia-me dos horários de aula e passava várias horas lendo livros que, se não foram escritos por mim, eu assim o imaginava. Como ia duvidar que somente da minha imaginação podiam surgir todos esses corsários, todos esses correios do czar, todos esses garotos, um pouco mais jovens que eu, que remavam o dia inteiro sobre uma barcaça ao longo dos grandes rios americanos? Preso ao braço do banco como a um arção milagroso, a princípio não escutei os passos leves que, depois de correr sobre as pedrinhas do jardim, detinham-se às minhas costas. Era Amilamia e não soube quanto tempo me haveria acompanhado se seu espírito travesso, certa tarde, não houvesse optado por fazer-me cócegas na orelha com os vilões de um dente de leão que a menina soprava em direção a mim com os lábios inchados e a testa franzida.
Perguntou meu nome e depois de considerá-lo com o rosto muito sério, disse-me o seu com um sorriso, se não cândido, tampouco muito ensaiado. Logo me dei conta de que Amilamia havia encontrado, de certo modo, um ponto intermediário de expressão entre a ingenuidade de seus anos e as formas de mímica adulta que as crianças bem-educadas devem conhecer, sobretudo para os momentos solenes de apresentação e despedida. A gravidade de Amilamia, era mais um dom da sua natureza, ao passo que seus momentos de espontaneidade pareciam, em contraste, aprendidos. Quero recordá-la uma tarde e outra, em uma sucessão de imagens fixas que acabam somando Amilamia por completo. E não deixa de ser uma surpresa que não possa pensar nela como realmente foi, ou como, na verdade se movia, leve, interrogante, olhando de um lado para o outro sem cessar. Devo recordá-la parada para sempre, como em um álbum. Amilamia de longe, um ponto no lugar onde a colina desaparecia, em um lago de trevos, em direção ao prado onde eu lia sentado sobre o banco: um ponto de sombra e sol fluentes e uma mão que me acenava lá de cima. Amilamia parada em sua corrida colina abaixo, com a saia branca rodada e as calçolas de florezinhas apertadas com ligas ao redor das coxas, com a boca aberta e os olhos semicerrados porque a corrida agitava o ar e menina chorava de alegria. Amilamia sentada debaixo dos eucaliptos, fingindo pranto para que eu me aproximasse dela. Amilamia de bruços com uma flor entre as mãos: as pétalas de amentilho que, descobri mais tarde, não crescia neste jardim, senão em outro lugar, talvez no jardim da casa de Amilamia, pois a único bolso do seu avental de quadros azuis vinha amiúde cheio dessas flores brancas. Amilamia vendo-me ler, detida com ambas mãos nos apoios do banco verde, inquirindo com os olhos cinzas: recordo que nunca me perguntou o que eu lia, como se pudesse adivinhar nos meus olhos as imagens nascidas das páginas. Amilamia rindo com prazer quando eu já levantava e a fazia girar sobre a minha cabeça e ela parecia descobrir outra perspectiva do mundo nesse voo lento. Amilamia dando-me as costas e despedindo-se com o braço em alto e os dedos alvoroçados. E Amilamia nas mil posturas que adotava ao redor do meu banco: pendurada de cabeça, com as pernas para o ar e as calçolas avolumadas; sentada sobre as pedrinhas, com as pernas cruzadas e o queixo apoiado; deitada na grama, exibindo o umbigo ao sol; tecendo galhos das árvores, desenhando animais no lodo com uma vara, lambendo os apoios do banco, escondida debaixo do assento, quebrando sem falar as cascas soltas dos velhos troncos, olhando fixamente o horizonte mais além da colina, cantarolando com os olhos fechados, imitando as vozes dos pássaros, cachorros, gatos galinhas cavalos. Tudo para mim, e, entretanto, nada. Era sua maneira de estar comigo, tudo isto que recordo, mas também sua maneira de estar sozinha no parque. Sim; talvez eu me lembre dela fragmentariamente porque minha leitura alternava com a contemplação da menina bochechuda, de cabelo liso e alternante com os reflexos da luz: ora cor de palha, ora de um castanho queimado. E só hoje penso que Amilamia, nesse momento, estabelecia o outro ponto de apoio para minha vida, o que criava a tensão entre minha própria infância não resolvida e o mundo aberto, a terra prometida que começava a ser minha na leitura.
Spanish to Portuguese: Extradition Request General field: Law/Patents Detailed field: Law (general)
Source text - Spanish TRANSCRIPCIÓN DE LOS ARTÍCULOS DE LOS TIPOS PENALES ATRIBUIDOS A LOS EXTRADITABLES
Artículo 126- Secuestro
1º El que con el fin de obtener para sí o para un tercero un rescate u otra ventaja indebida, privara a una persona de su libertad, será castigado con una pena privativa de libertad de siete a quince años.
2º El que con el fin de obtener para sí o para un tercero un beneficio pecuniario en concepto de rescate u otra ventaja indebida y con intención de causar la angustia de la víctima o la de terceros, privara a una persona de su libertad o utilizara para el mismo fin tal situación creada por otro, será castigado con pena privativa de libertad de quince hasta veinticinco años.
3º Cuando el autor, renunciando a la ventaja pretendida, pusiera en libertad a la víctima en su ámbito de vida, la pena podrá ser atenuada con arreglo al artículo 67. Si la víctima hubiera regresado a su ámbito de vida por otras razones, será suficiente para aplicar la atenuación indicada, que el autor haya tratado de hacerlo voluntaria y seriamente.”
Artículo 29, Código Penal Paraguayo. AUTORIA. “1° Será castigado como autor el que realizara el hecho obrando por sí o valiéndose para ello de otro. 2° También será castigado como autor el que obrara de acuerdo con otro de manera tal que, mediante su aporte al hecho, comparta con el otro el dominio sobre su realización”.
Artículo 31, Código Penal Paraguayo. COMPLICIDAD. Será castigado como cómplice el que ayudara a otro a realizar un hecho antijurídico doloso. La pena será la prevista para el autor y atenuada con arreglo al artículo 67.
Artículo 33, CP. PUNIBILIDAD INDIVIDUAL: “Cada participante en el hecho será castigado de acuerdo con su reprochabilidad, independientemente de la reprochabilidad de los otros”.
Artículo 38. DURACIÓN DE LA PENA PRIVATIVA DE LIBERTAD
“La pena privativa de libertad tendrá una duración mínima de seis meses y máxima de veinticinco años. Ella será medida en meses y años completos.”
CONSIDERACIONES GENERALES
De igual forma, se deja constancia que el hecho punible imputado reviste el carácter de común y no se halla prescripto, en virtud al tiempo transcurrido desde su comisión hasta la fecha, sin perjuicio de los actos interruptivos que puedan acaecer, de acuerdo a los artículos 101 al 104 del Código Penal vigente.
En ese orden de ideas y en atención a los principios básicos que rigen el actual sistema en materia penal en la República del Paraguay, como ser el Principio de Legalidad Material; Principio de Reprochabilidad y Proporcionalidad, Principio de Prevención, cuyos estamentos se encuentran dirigidos a la legitimación que tiene todo Estado de derecho en la aplicación de una pena, como consecuencia de la realización de un hecho punible.
Al mismo tiempo, estos parámetros legales actúan como límites del jus puniendi del Estado, que solo podrá castigar al responsable de un hecho punible siempre que estén presentes los presupuestos de punibilidad y con el fin de resocializar mediante la aplicación de una pena al individuo y de esa forma reintegrarlo a la sociedad. En esa inteligencia, la pena a ser aplicada no debe ser mayor a la necesaria. Ello encuentra sustento en el fin retributivo de la pena (Principio de Reprochabilidad y Proporcionalidad)
Translation - Portuguese TRANSCRIÇÃO DOS ARTIGOS DOS TIPOS PENAIS ATRIBUÍDOS AOS EXTRADITANDOS
Artigo 126- Sequestro
1º O que com fim de obter para si ou para um terceiro um resgate ou outra vantagem indevida, prive uma pessoa de sua liberdade, será sentenciado com uma pena privativa de liberdade de até oito anos.
2º O que com o fim de obter para si ou para um terceiro um benefício pecuniário em conceito de resgate ou outra vantagem indevida e com intenção de causar a angústia da vítima ou a de terceiros, privar a uma pessoa de sua liberdade ou utilize para o mesmo fim tal situação criada por outro, será sentenciado com pena privativa de liberdade de até dez anos.
3º Quando o autor, renunciando à vantagem pretendida, puser em liberdade a vítima em seu âmbito de vida, a pena poderá ser atenuada com acomodamento ao artigo 67. Se a vítima houver regressado ao seu âmbito de vida por outras razões, será suficiente para aplicar a atenuação indicada, que o autor tenha tratado de fazê-lo voluntária e seriamente.
Artigo 29, Código Penal Paraguaio. AUTORIA. “1° Será penalizado como autor, aquele que realizar o delito atuando por si próprio ou valendo-se para isso de outrem. 2° Também será penalizado como autor, aquele que atua de acordo com outrem de maneira tal que, mediante sua contribuição ao fato, compartilhe com o este o domínio sobre sua realização”.
Artigo 31, Código Penal Paraguaio. CUMPLICIDADE. Será penalizado como cúmplice aquele que ajudar outrem a realizar um ato antijurídico doloso. A pena será a prevista para o autor e atenuada com acomodamento ao artigo 67.
Artigo 33, CP. PUNIBILIDADE INDIVIDUAL: “Cada participante na ação será penalizado e o delito será penalizado de acordo com sua reprovabilidade, independentemente da reprovabilidade dos demais”.
Artigo 38. DURAÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
“A pena privativa de liberdade terá uma duração mínima de seis meses e máxima de vinte e cinco anos. Esta será medida em meses e anos completos.”
CONSIDERAÇÕES GERAIS
De igual maneira, faz-se constar que o delito imputado se reveste de caráter comum e não se encontra prescrito, em virtude do tempo decorrido desde seu cometimento até a esta data, sem prejuízo dos atos interruptivos que possam ocorrer, de acordo com os artigos 101 a 104 do Código Penal em vigor.
Nessa ordem de ideias e em atenção aos princípios básicos que regem o atual sistema em matéria penal na República do Paraguai, como o Princípio da Legalidade Material; Princípio da Reprovabilidade e Proporcionalidade, Princípio da Prevenção, cujos estamentos encontram-se dirigidos à legitimação que possui todo o estado de direito na aplicação de uma pena, como consequência da realização de um delito.
Ao mesmo tempo, estes parâmetros legais agem como limite de jus puniendi do Estado, que somente poderá penalizar o responsável por um delito sempre que estiverem presentes os pressupostos de punibilidade, e com o fim de ressocializar mediante a aplicação de uma pena ao indivíduo e desta maneira integrá-lo à sociedade. Nessa inteligência, a pena a ser aplicada não deve ser superior à necessária. Isso encontra sustentação no fim retributivo da pena (Princípio da Reprovabilidade e Proporcionalidade).
Portuguese to Spanish: Contract General field: Law/Patents Detailed field: Law: Contract(s)
Source text - Portuguese CLÁUSULA SÉTIMA DISPOSIÇÕES GERAIS
7.1 Este Contrato será regido e interpretado de acordo com as leis da República Federativa do Brasil.
7.2 O Participante deverá cumprir as normas legais e regulamentares aplicáveis, no Brasil e no exterior, relativas à divulgação de informações acerca de eventuais negociações de ações, bem como quaisquer outras aplicáveis ao Plano e a este Contrato.
7.3 Fica expressamente convencionado que não constituirá novação a abstenção de qualquer das Partes do exercício de qualquer direito, poder, recurso ou faculdade assegurada por lei ou por este instrumento, nem a eventual tolerância de atraso no cumprimento de quaisquer obrigações ou por qualquer das Partes, que não impedirão que a outra Parte, a seu exclusivo critério, venha a exercer a qualquer momento esses direitos, poderes, recursos ou faculdades, os quais são cumulativos e não excludentes em relação aos previstos em lei.
7.4 Exceto conforme expressamente previsto neste Contrato, nenhuma das Partes poderá ceder ou de qualquer outra forma transferir a terceiros, no todo ou em parte, seus direitos e obrigações decorrentes deste Contrato sem o prévio e expresso consentimento, por escrito, da outra Parte, sob pena de sua completa nulidade.
7.5 Salvo estipulação expressa em contrário, as comunicações e notificações entre as Partes relativas a este Contrato deverão ser feitas por carta registrada ou e-mail, dirigidas aos destinatários nos endereços abaixo indicados, sendo consideradas como validamente recebidas se e quando corretamente enviadas.
Translation - Spanish CLÁUSULA SÉTIMA
DISPOSICIONES GENERALES
7.1 Este Contrato se regirá será interpretado de acuerdo con las leyes de la República Federativa de Brasil.
7.2 El Participante deberá cumplir las normas legales y reglamentarias aplicables, en Brasil y en el extranjero, relativas a la divulgación de informaciones sobre eventuales negociaciones de acciones, sí como cualquier otra aplicable al Plan y a este Contrato.
7.3 Queda explícitamente concertado que no se convertirá en novación la abstención de cualquiera de las Partes del ejercicio de cualquier derecho, poder, recurso o facultad asegurada por ley o por este instrumento, ni la eventual tolerancia de atraso en el cumplimiento de cualquier obligación, o por cualquiera de las Partes, que no impedirán que la otra Parte, a su exclusivo criterio, pueda ejercer, en cualquier momento, estos derechos, poderes, recursos o facultades, los cuales son cumulativos y no excluyentes con respecto a aquellos previstos en ley.
7.4 Exceptuando lo explícitamente previsto en este Contrato, ninguna de las Partes podrá ceder o de cualquier otra manera, transferir a terceros, total o parcialmente, sus derechos y obligaciones derivados de este Contrato sin el previo y expreso consentimiento, por escrito, de la otra Parte, so pena de su completa nulidad.
7.5 Salvo lo estipulado explícitamente en contrario, las comunicaciones y notificaciones entre las Partes relativas a este Contrato deberá hacerse por carta registrada o e-mail, destinados a los destinatarios en las direcciones indicadas a continuación, considerándose como válidamente recibidas siempre y cuando correctamente enviados.
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Excellent language abilities in both Portuguese and Spanish (from either Brazil or Portugal). In both languages, I've worked with writings from a variety of intellectual and technical sources and levels, including simultaneous translations. These skills have been honed through 19 years of living in a Spanish-speaking country, where I have worked extensively not only in a variety of events and institutions, but also in everyday settings and crucial crises. My finest reference is my high level of client satisfaction!